PROFETA - SIM OU NÃO?
“Filho do homem, eu te dei
por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os
avisarás da minha parte” (Ez 3.17).
Os profetas do Antigo
Testamento inspiram e instruem não somente a Israel, mas a Igreja de Cristo. O
Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos fizeram-lhes referências, reconhecendo
a autoridade espiritual deles. Esse capitulo objetiva explanar a missão desses
homens de Deus e a abrangência bíblica do termo “profeta”.
I. DEFINIÇÃO
Profeta (do hebr. Navi do
gr. profhetes), é aquele que fala por alguém; porta voz, atalaia. No antigo
Testamento, a pessoa era devidamente vocacionada e autorizada por Deus para
falar por Deus e em lugar de Deus (Ez 2.1-10). O profeta era um mestre
incontestável quando sob inspiração do Espírito Santo, declara aos homens o que
recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e
em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação
humana.
Os profetas do AT, tendo
predito o reino, obras e morte, de Jesus, o Messias, de João, o Batista, o
arauto de Jesus, o Messias; do profeta ilustre que os judeus esperavam antes da
vinda do Messias.
Eram homens cheios do
Espírito de Deus, que pela sua autoridade e comando em palavras de relevância
defendem a causa de Deus e estimulam a salvação dos homens.
Os profetas do NT,
apareceram nos tempos apostólicos entre cristãos e estão associados com os
apóstolos. Discerniram e fizeram o melhor pela causa cristã e previram
determinados eventos futuros (At 11.27). Nas assembléias religiosas dos
cristãos, foram movidos pelo Santo Espírito para falar, tendo capacidade e
autoridade para instruir, confortar, encorajar, repreender, sentenciar e
motivar seus ouvintes.
O profeta era o Porta-voz
oficial da divindade, sua missão era preservar o conhecimento divino e
manifestar a vontade do único e Verdadeiro Deus. No sentido bíblico. Profeta é
aquele que fala em lugar de outro. Este foi um ministério de larga expansão no
decorrer dos séculos, sendo que os escolhidos de Deus para realizar a missão de
profeta deviam ser detentores de vocação. (Entre o povo de Deus a mensagem era
julgar quanto a sua procedência e quanto ao seu porta-voz). Ainda que por
muitas vezes a palavra enfrentasse rejeição, se, contudo na realidade fosse
oriunda do Céu, jamais falharia.
II. OS PROFETAS DO ANTIGO
TESTAMENTO
Dezessete livros do AT, de
Isaías a Malaquias, são classificados como proféticos.
Os profetas eram enviados
por deus com três propósitos
1. Entregar a mensagem
divina de advertência da última oportunidade a um povo rebelde, cujo pecado e
indiferença os conduziam a perdição, julgamento e ira de Deus.
2. Os profetas eram enviados
para suplementar o ensino negligenciado pelo sacerdócio. No Velho Testamento, o
cargo de sacerdote era passado de pais para filhos, contudo muitas vezes
aqueles homens eram investidos nessa função, sem terem um relacionamento sadio
com Deus, e sem desejo de servi-lo. Jeremias observou:
“Os sacerdotes não disseram:
Onde está o Senhor? e os que tratavam da lei não me conheceram” (Jr 2.8).
Naturalmente, o estado
espiritual do povo se degenerou devido a falta de ensino. “O meu povo está
sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6). A fim de suprir
esta falha dos sacerdotes, Deus enviou seus profetas, para pregar e ensinar a
lei divina (Is 28.9,10).
3. Os profetas eram enviados
para fazer o .povo ver o plano completo de Deus para suas vidas. Aqueles que
foram levados ao cativeiro, naturalmente sentiram que Deus os tinha abandonado
e alguns até insinuaram que Deus não tinha poder suficiente para libertar seu
povo. Os profetas bradavam com veemência que nada disso era verdade; lembraram ao
povo que Deus permanecia onipotente como sempre, permitindo o cativeiro a fim
de levá-los ao arrependimento.
A Época dos Profetas
Como você notará, o gráfico
abaixo, agrupa os profetas do Velho Testamento nos três períodos de crise da
nação. Como foi mencionado anteriormente, os profetas foram enviados por Deus,
em tempo de grande declínio espiritual, tensão, e apostasia, como ocorreu antes
das invasões pela Assíria e Babilônia. Note que Obadias, Joel e Jonas não
aparecem no gráfico, uma vez que seus ministérios ocorreram bem antes, no
Século IX a.C. (900-800 a.C.).
Os profetas não aparecem na Bíblia na ordem cronológica em que
profetizaram.
CRISE ASSÍRIA CRISE BABILÔNICA CRISE DO CATIVEIRO
Amós 760-750 Naum 630 Daniel 606-536
Oséias 760-725 Jeremias
628-585 Ezequiel 593-571
Isaías 744-695 Sofonias
630-625 Ageu 520
Miquéias 735-700 Habacuque 609-600 Zacarias 520-480
Malaquias 430
800 a.C. 700 a.C. 600
a.C.
III. O MINISTÉRIO
Há quem negue a existência
da escola e do ministério dos profetas como instituição em Israel nos tempos do
Antigo Testamento. Entendemos que no ministério mosaico iniciou-se a atividade
profética em Israel (Nm 11.25). Entretanto, o profetismo, como movimento,
surgiu séculos depois.
Mais tarde vemos que Samuel,
presidia a congregação de profetas em Naiote, região de Ramá, onde residia (1º
Sm 7.17; 19.19-23). E adiante, vemos a existência de uma escola dos profetas
composta por “filhos” dos que exerciam o ofício (2º Rs 2.3,5,1 5). É importante
ressaltar que “filho”, na Bíblia, significa também “discípulo, aprendiz” (Pv
3.1,21; 2ª Tm 2.1; FL 1.10). Note que o texto sagrado revela a existência de
uma organização de profetas bem estruturada, e Eliseu chegou a ser o mestre
deles (2 Rs 6.1-3).
O filho de Ana, Samuel,
tornou-se um profeta, e seu ministério inauguraria uma era de esperança e de
realizações inteiramente nova na vida de Israel, até mesmo nos assuntos
mundiais.
Muito agrada a Deus que a
situação humana seja vivenciada, assumida e apresentada diante dele, em toda a
urgência e seriedade, por pessoas dispostas a compartilhar o próprio senso de
retidão a ocupar o coração com as necessidades da comunidade à sua volta e a
pressioná-la, através do exemplo dos profetas. Foi com esse propósito que Deus
levantou profetas em Israel. Eles estavam lá não somente para pregar e orar,
mas para advertir o povo dos caminhos errantes.
Esses profetas deveriam ser
como vigias colocados sobre os muros de Jerusalém, a fim de que dia e noite
nunca ficasse em silêncio nem oferecessem a Deus descanso algum até que a
cidade fosse restabelecida (Is 62.6-7). Deus afligiu-se quando fracassaram em
sua tarefa (Is 59.16). Quer dizer, viu má conduta, ignorância e loucura no meio
do Seu povo e, não viu ninguém que se colocasse sobre a brecha. Era como
ninguém se preocupasse com nada!
É claro que o próprio Deus
também entra em situações em favor de Seu povo. Não existe nenhum ato de
indecência ou injustiça na terra que não seja notado por Ele. Ele ouviu aflição
e ouviu o clamor de Seu povo oprimido no Egito muito tempo antes de enviar
Moisés para libertá-los (Êx 3.7).
Israel obteve a prerrogativa
de ouvir oráculos advindos da parte de Jeová pelo ministério de grandes homens,
tais como: Moisés, Elias, Jeremias, Ezequiel, Isaías, Daniel e outros. Todos
eles cumpriam sua árdua missão sem desfalecer, embora por muitas vezes
encontrassem resistência ao comunicado Divino. Como chamados do Senhor,
obtiveram o devido respaldo em todo tempo.
“Tu, ó filho do homem, não
os temas, nem temas as suas palavras, ainda que haja sarças e espinhos para
contigo, e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, nem te
assustes com o rosto deles, porque são casa rebeldes” (Ez 2.6).
Ezequiel enfrentou uma
tarefa difícil, porque o povo estava em uma rebelião contra Deus. No antigo
Israel, os atalaias ficavam posicionados nas torres ou muros para alertar as
pessoas sobre o perigo e sobre a aproximação de mensageiros (2º Sm 18.24-27; 2º
Rs 9.17-20). Os profetas eram chamados de atalaias ou vigias (Jr 6.17; Os 9.8;
Hb 2.1).
“Mas, se quando o atalaia
vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a
espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua
iniqüidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia” (Ez 33.6).
Ezequiel tem a missão de
alertar o povo de que cada pessoa é responsável por seu próprio comportamento.
Esse tema de responsabilidade pessoal é repetido em 33.7-9 e é descrito em detalhes
no cap. 18.
O fiel porta-voz de Deus não
reluta em comunicar a mensagem, por mais severa e repreensiva que seja. Vemos
como exemplo o caso de Elias, quando compareceu diante do Rei Acabe, e este
indagou-lhe: “Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel? Respondeu
Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque
deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins” (1º Rs 18.18).
Do primeiro ao último
profeta enviado por Jeová para a nação Israelita, todos foram alvos de
perseguição. No entanto, o Senhor honrava as suas palavras, contanto que os
mesmos permanecessem fiéis em ouvir para anunciar.
Quanto aos falsos, ou
profetas impostores, não ouviam mensagem alguma e, conseqüentemente, ninguém
era responsável por aquilo que eles falavam.
Existiam impostores –
profetas de divindades pagãs, que faziam errar o povo, com recados espúrios,
estribados nos próprios entendimentos. Traziam dissabores e mensagens falsas
para a Nação, que se contaminava com suas abominações, dando ouvidos a
mensagens desarmônicas em detrimento da verdade.
Os profetas faziam errar o
povo já nos dias de Isaías:
“Ai dos que chamam ao mal
bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e
do doce, amargo” (Is 5.20).
Pelos lábios de Jeremias o
Senhor falou: “Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam
mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?” (Jr 23.26).
Foi no monte Carmelo que os
desbriados impostores foram desmascarados diante de toda a Nação. Elias, o leal
servo de Deus, os desafiou para ver qual o Senhor que seria capacitado em
responder com fogo as orações e queimar o holocausto oferecido. Não passou
vexame o profeta verdadeiro, pois obteve resposta imediata. Após a luta contra
quatrocentos e cinqüenta falsificadores de mensagens, foi honrado e seu Senhor
glorificado diante de toda a Nação.
A nódoa precisaria ser
removida e, por isso, Deus comissionou Elias a ir ao vale decapitar um a um
daqueles falsos profetas, pois eles eram responsáveis pelo desvio do povo. Seus
ensinos durante o tempo em que profetizaram mentiras haviam feito com que a
Nação se voltasse à idolatria, prostituição, mistura com o paganismo e
praticasse as mais variadas formas de aberração.
Entre os deturpadores que se
intitulavam porta-vozes da divindade, ainda existia aquela classe que furtava
as palavras do Senhor, desvirtuando o conteúdo da mensagem. Não estavam
afinados com Deus e nem podiam ser aceitos como confiáveis.
“E morava em Betel um
profeta velho... e ele lhe disse: também eu sou profeta como tu, e um anjo me
falou pela palavra do Senhor, dizendo... (porém mentiu-lhe)” (1º Rs 13.11-18).
Os embustes comumente
praticados não podiam ser tidos como responsabilidade de Deus e sim dos
profetas que não respeitavam o compromisso básico do ministério que lhes fora
confiado, ou seja, o dever de falar somente a verdade.
Enfatizando o sentido
bíblico e o real significado do ministério de um profeta coerente, afirmamos
que não é nosso desejo desenvolver um assunto estritamente no sentido
etimológico da palavra, mas no amplo significado contido em seu bojo,
relacionando profeta com apóstolos, mestres, pregadores, etc.
Com amor, dizemos: toda
mensagem cristã deve estar em total harmonia com a Bíblia Sagrada, pois mesmo
que um anjo anuncie outra, se for discordante com o fundamento da Palavra de
Deus, deve ser considerada anátema (Gl 1.8). Tudo o que é divino se confirma e
não causa confusão. “Porque se a trombeta tiver sonido incorreto, quem se
preparará para a batalha” (1ª Co 14.8).
Os reis do Velho Testamento
sempre que saiam em guerra consultavam a Deus através dos profetas. No livro de
1º Reis 22.5-11, a Bíblia diz que o rei Acabe faz aliança com Josafá rei de
Judá para guerrear contra a Síria. Porém havia uma diferença entre os reis;
Acabe era um rei sem temor, fazia o que era mau perante o Senhor, casou-se com
uma mulher idolatra e era conduzido por falsos profetas. Josafá um rei temente
e reverente a Deus (2º Cr 20).
Ao sair à peleja pede ao rei
de Israel: “Consulta primeiro a Palavra do Senhor” (1º Rs 22.5), porém, ele
reuniu os seus “profetas” para saber se iriam à peleja ou não. Josafá um homem
de visão disse ao rei Acabe: “Não há aqui ainda algum profeta do Senhor para
consultar”? Josafá era um homem justo, e não se deixava enganar tão facilmente.
Pode haver muitas pessoas no mundo que se dedicam à religião, á invocação de
coisas sobrenaturais, mas um verdadeiro servo de Deus, guiado por Sua Palavra,
vale mais que a total religiosidade do mundo, quando esta não é vinculada á
pessoa de Jesus Cristo (Cl 2.8-23).
Como o rei Acabe não gostava
de ouvir a verdade disse a Josafá rei de Judá:
“Há um ainda, pelo qual se
pode consultar o SENHOR, porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim o
que é bom, mas somente o que é mau. Este é Micaías, filho de Inlá. Disse
Josafá: Não fale o rei assim” (1º Rs 22.8).
Micaías um servo de Deus,
que estava em seu posto num momento histórico. Sua mensagem era real á vontade
divina e não ao entusiasmo carnal, que proclama ir tudo bem, mesmo quando mais
se acentua a desobediência ás Leis de Deus. Esta passagem é uma indicação da
profundeza da separação que havia entre os falsos e os verdadeiros profetas.
Os falsos profetas tentavam
agradar aos seus ouvintes com promessas de sorte e felicidade (Jr 28.8-9). Os
falsos profetas eram reconhecidos pelas profecias que não se cumpriam (Dt
18.21). Mesmo que um profeta opere milagres e prediga corretamente o futuro,
deve ser rejeitado como falso, se pregar heresias contra a Palavra de Deus (Dt
13.1).
O verdadeiro profeta é
integro na plena comunhão com o Senhor Deus e integrava-se completamente nos
Seus planos (Am 3.7). Mesmo que tenha que pagar o preço de angustia como fez o
profeta Micaías ao comunicar a verdade de Deus ao rei acabe; e por falar
somente a verdade, Acabe disse: “.... metei este homem na casa do cárcere e
angustiai-o, com escassez de pão e de água, até que eu volte em paz. Disse
Micaías: Se voltares em paz, não falou o SENHOR, na verdade, por mim. Disse
mais: Ouvi isto, vós, todos os povos!” (1º Rs 22.27-28)
No meio da batalha um homem
anônimo, foi instrumento das mãos de Deus: “Então, um homem entesou o arco e,
atirando ao acaso, feriu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura;
então, disse este ao seu cocheiro: Vira e leva-me para fora do combate, porque
estou gravemente ferido. A peleja tornou-se renhida naquele dia; quanto ao rei,
seguraram-no de pé no carro defronte dos siros, mas à tarde morreu. O sangue
corria da ferida para o fundo do carro. Quando lavaram o carro junto ao açude
de Samaria, os cães lamberam o sangue do rei, segundo a palavra que o SENHOR
tinha dito; as prostitutas banharam-se nestas águas.” (1º Rs 22.34-35, 38).
O Senhor tinha dito pela
boca do profeta Elias (1º Rs 21.19) e o profeta Micaías profetizou: “Se
voltares”.
Aquele que rejeita a verdade
divina tem um fim trágico. A glória deste rei se findou quando o sangue real se
confundira com as águas do esgoto de Samaria. Assim é a obra daquele que não
constrói segundo o plano divino (Sl 127.1; 1ª Co 3.10-15).
Certo dia ouvi um pregador
dizer que hoje está difícil falar a verdade. Corremos um sério risco de sermos
lançados no “calabouço” (ficarmos no banco). Mas, se verdadeiramente Deus nos
escolheu por atalaia, embora soframos rejeição, tal qual Jeremias, Micaías e
outros, devemos saber que Deus nos sustentará e nos fortalecerá para que sejamos,
nestes últimos dias de apostasia, verdadeiros atalaias para falar as verdades
bíblicas e acordar aqueles que estão dormindo no sono da religiosidade e da
negligência quanto à verdade.
Aquele que é chamado para
ser um porta voz de Deus, deve ter como requisito na sua mensagem a palavra
verdade:
“Eis as coisas que deveis
fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas
portas, segundo a verdade, em favor da paz” (Zc 8.16). Todo o julgamento e
disciplina deve ser enquadrado na verdade em favor da paz.
IV. FALSO PROFETA
Falso profeta no grego.
Pseudoprophetes. Quem, agindo como um profeta divinamente inspirado declara
falsidades como se fossem profecias divinas.
Os falsos profetas sempre
usam o sobrenatural como recurso para atrair as pessoas. O teste de
Deuteronômio 18.20-22 só é decisivo quando a palavra não se cumprir. Se o
profeta passar no teste, será necessário investigar o seu conteúdo doutrinário.
O simples fato de uma profecia ou previsão cumprir-se ou mesmo de uma operação
de maravilhas ocorrer não é suficiente para reconhecer a legitimidade de um
profeta. Daí a necessidade dos avisos solenes ao povo de Deus contra as suas
ciladas. Jesus advertiu os seus discípulos dizendo que eles “vêm até vós
vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).
1. Prodígios dos falsos
profetas.
“Levantar-se-ão muitos
falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11). “Porque surgirão falsos
cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos” (Mt 24.24).
Estas palavras dão o
verdadeiro sentido do termo prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os
milagres são fenômenos excepcionais, fora das leis da Natureza. Sendo estas,
exclusivamente, obra de Deus, pode ele, sem dúvida, derrogá-las, se lhe apraz;
o simples bom senso, porém, diz que não é possível haja ele dado a seres
inferiores e perversos um poder igual ao seu, nem, ainda menos, o direito de
desfazer o que ele tenha feito. Se, portanto, de acordo com o sentido que se
atribui a essas palavras, o Espírito do mal tem o poder de fazer prodígios tais
que os próprios escolhidos se deixem enganar, o resultado seria que, podendo
fazer o que Deus faz, os prodígios e os milagres não são privilégio exclusivo
dos enviados de Deus e nada provam, pois que nada distingue os milagres dos
santos dos milagres do demônio. Necessário, então, se torna procurar um sentido
mais racional para aquelas palavras.
Para o vulgo ignorante, todo
fenômeno cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e
miraculoso; uma vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito
extraordinário que pareça, mais não é do que aplicação de uma lei da Natureza.
Assim, o círculo dos fatos sobrenaturais se restringe à medida que o da Ciência
se alarga. Em todos os tempos, houve homens que exploraram, em proveito de suas
ambições, de seus interesses e do seu anseio de dominação, certos conhecimentos
que possuíam, a fim de alcançarem o prestígio de um pseudo-poder sobre-humano,
ou de uma pretendida missão divina. São esses os falsos Cristos e falsos
profetas. A difusão das luzes lhes aniquila o crédito, donde resulta que o
número deles diminui à proporção que os homens se esclarecem. O fato de operar
o que certas pessoas consideram prodígios não constitui, pois, sinal de uma
missão divina, visto que pode resultar de conhecimento cuja aquisição está ao
alcance de qualquer um, ou de faculdades orgânicas especiais, que o mais
indigno não se acha inibido de possuir, tanto quanto o mais digno. O verdadeiro
profeta se reconhece por mais sérios caracteres e exclusivamente morais.
As Escrituras ensinam que
Deus pode provar seu povo, permitindo, a manifestação do sobrenatural de fontes
estranhas. É até possível, às vezes, o cumprimento das palavras ou profecias
deles, mas sob a permissão de Deus (Dt 13.2). Jesus advertiu, no sermão
profético, que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e maravilhas. No
livro de Apocalipse, lemos que a besta será adorada e admirada por todos os
moradores da terra por causa dos sinais sobrenaturais. Portanto, não é somente
o cumprimento de uma palavra ou uma operação de maravilhas que vai autenticar
um profeta.
2. Como podemos identificar o falso do verdadeiro?
A primeira e mais segura
regra de autenticação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência
bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo
tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, quem ensina ao povo a seguir
a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Dt 13.5).
Nem sempre é possível
distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu
conteúdo. Assim, ensinou Jesus que eles serão identificados pelos frutos, (Mt
7.15-20), ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência. É, pois, necessário
compreender o que ele estava dizendo com a expressão: “Por seus frutos os
conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e,
em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de
religiões falsas e de seitas sectárias. Ao falar dos “frutos”, o Senhor Jesus
Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e
enganador.
A chave principal para se
descobrir a procedência espiritual de um profeta é saber qual a sua posição
teológica. Como a Bíblia é vista por ele, qual o seu pensamento em relação à
pessoa de Jesus Cristo, se ele realmente crê na humanidade e divindade de
Cristo, e se crê que Ele morreu pelos nossos pecados e ressuscitou pelos nossos
pecados e ressuscitou corporalmente dentre os mortos. O que ensina a Trindade?
E sobre a salvação? Sobre o Espírito Santo. Sobre o pecado e a igreja? Mesmo
assim, convém fazer uma investigação criteriosa, pois os falsos profetas são peritos
na arte do disfarce, usam os mesmos termos cristãos, mas com sentido diferente.
Nos dias do profeta Jeremias
já existiam falsos profetas, aqueles que usavam o nome do Senhor Deus em vão
para tirar o povo de Deus do Caminho da Verdade. Nos dias de Jesus estes tais
também estavam como líderes, para enganar o povo e levá-lo a não a crer no
Messias. Por isso Jesus diz:
“Acautelai-vos dos falsos
profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são
lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas
dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.15-16).
Os falsos profetas usam a
sutileza enganosa, até choram nas suas homilias para impressionar seus
ouvintes. Dizem que o Espírito de Deus está dizendo, mas, na verdade o Senhor
não disse coisa alguma. Usam o nome do Senhor em vão:
“Tenho ouvido o que dizem
aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei! Sonhei!
Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras e que
são só profetas do engano do seu coração?” (Jr 23.25-26).
A exigência básica para
alguém ser um profeta do Antigo Testamento: devia estar de acordo com as
Escrituras e no Conselho de Jeová. (Jr 23.22). No Novo Testamento as exigências
de Deus estão acima da Antiga Aliança. O pregador que está no lugar de profeta
deve: esmerar-se no ensino (Rm 12.7), ensinar a verdade sem distorção a sã
doutrina (Tt 2.1; 1ª Tm 6.3-5.3), ter humildade (Mt 11.28), fruto (Gl 5.22-23),
ser o exemplo (1ª Tm 3.12).
3. O discernimento do povo de Deus.
Já que Deus responsabiliza
todos nós, precisamos estar cientes da nossa obrigação de discernir uma
liderança adequada e digna de ser seguida. Um dos dons espirituais mais
necessários é o de discernimento. Isto porque o falso profeta, sendo um
imitador muito eficiente, pode confundir o povo de Deus, uma vez que suas
mensagens concordam com aquilo que as pessoas esperam, gostam e sonham.
Entretanto, o crente que teme a Deus tem o discernimento, mediante o Espírito
Santo, para distinguir a verdade do erro. Alguns exemplos bíblicos demonstram
que, às vezes, a mentira e a verdade estão mais que evidentes (Êx 7.12; 1º Rs
22.18,37). Oremos, pois, a Deus, rogando-lhe o dom de discernimento de
espíritos.
V. A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA
1. O falso prega a sua palavra.
“Eis que eu sou contra esses
profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse”
(Jr 23.31).
Os falsos profetas são
aqueles que pregam a sua própria palavra, os seus conceitos e conjectura da sua
dominação como se fosse Deus estivesse falando. São mentirosos, pilantras,
adúlteros porque roubam as palavras do Senhor, e mudam o verdadeiro sentido
bíblico.
Nos dias dos Profetas
Jeremias e Ezequiel, o povo havia se desviado dos caminhos do Senhor e seguido
os ensinamentos de falsos profetas que induziam o povo ao erro, ao pecado e à
apostasia, fazendo com que o povo israelita entrasse numa crise religiosa e recebesse
a recompensa pelo seu erro.
O livro de Ezequiel registra
a atividade de um profeta durante o exílio da Babilônia. Sua mensagem foi
dirigida para seus companheiros de exílio, e igualmente ao povo hebreu que
ainda se encontrava na Palestina. Ezequiel profetizou antes do exílio e
Jeremias durante o exílio. O longo ministério de Jeremias durou cerca de
quarenta anos, se estendeu desde 625 a.C. até poucos anos depois que Judá
deixou de ser Estado, em 586 a.C. Mais de cinqüenta anos Israel esteve em apostasia
religiosa. O Senhor Deus levantou Ezequiel como um atalaia para alertar o povo:
“Filho do homem, eu te dei
por atalaia sobre a casa de Israel: da minha boca ouvirás a palavra e os
avisarás da minha parte. Mas, quando eu falar contigo, darei que fale a tua
boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor teu Deus: Quem ouvir ouça, e quem deixar
de ouvir deixe; porque são casa rebelde” (Ez 3.17, 27).
Os verdadeiros adoradores
são aqueles que ouvem e praticam verdadeiramente a Palavra de Deus.
“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra de Deus e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).
A apostasia enfraqueceu o
estado judaico política e religiosamente, tornando inevitável a queda de
Jerusalém, em 586 a.C. Com isto a Babilônia levou o povo para o exílio
(escravidão). Sempre que o povo israelita rejeitava a Palavra ensinada pelos
profetas, o Senhor Deus permitia o castigo ou o exílio, para que houvesse
arrependimento em seus corações.
Ao profeta Jeremias diz o Senhor:
“Põe-te à porta da Casa do
Senhor, e proclama ali estas palavras, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos
de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor. Não
confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, Templo do Senhor” (Jr
7.2, 4).
Os profetas de Deus, embora
sofressem perseguição dos homens, tinham comunhão com o seu Senhor. Mas os
falsos profetas, Deus os comparava a raposas em ruínas:
“Os teus profetas, ó Israel,
Israel, são como raposas entre ruínas” (Ez 13.4). Raposas em ruínas são profetas
inúteis, mentirosos, enganadores e falsos, que fazem o povo errar o caminho.
2. São profetas sem mensagens.
Deus os chama de profetas
sem palavras, mas para ganhar popularidade entre o povo dizem o que o Senhor
não disse.
“Assim diz o Senhor: Ai dos
profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto! Tiveram
visões falsas e adivinhação mentirosa os que dizem: o Senhor disse; quando o
Senhor os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra. Não tivestes visões
falsas e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz,
sendo que eu tal não falei? Portanto, assim diz o senhor Deus: Como falais
falsidade e tendes visões mentirosas, por isso, eu sou contra vós outros, diz o
Senhor Deus. Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que
adivinham mentiras; Não estarão no conselho do meu povo, não serão inscritos
nos registros da casa de Israel, nem estarão na terra de Israel. Sabereis que
eu sou o Senhor Deus. Visto que andam enganando, sim, enganando o meu povo,
dizendo: Paz, quando não há paz, e quando se edifica uma parede, e os profetas
a caiam” (Ez 13.3-10)
Deus é cruel com os falsos
profetas: os chamas de: Loucos (v. 1); que seguem seu próprio espírito (v. 1);
têm visões falsas (v. 6); são mentirosos (v.6); usam em vão o nome do Senhor
(v. 6-7); falam falsidades (v.8); receberam o castigo de Deus (v. 9); não tomam
conselho com o povo, ou seja, são soberanos e ditadores (v. 9); são enganadores
(v. 9); falam de paz, mas dispersam o povo (v.10).
“Coisa espantosa e horrenda
se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes
dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis
quando estas coisas chegarem ao seu fim?” (Jr 5.30-31)
Muitas pessoas, por vários
motivos, sentem-se totalmente desacreditados na sua comunhão com Deus e acabam
entregando as decisões mais importantes de suas vidas a alguém que intitulou-se
“profeta”. Passam a ser iludidas e manipuladas, o que resultará certamente em
fortes decepções.
Profecia nunca vem para
dirigir a vida das pessoas, mas para confirmar uma direção pessoal de Deus. Ou,
também, quando alguém resiste a convicção do Espírito Santo acerca de pecados
encobertos, Deus levanta os Seus profetas. O pior é quando Deus levanta alguém
para denunciar nosso pecado fechamos o coração e acabamos caindo nas mãos dos
falsos profetas que falam apenas o que queremos ouvir.
A profecia pode ter três
fontes: Deus, o diabo e a alma do profeta. Toda profecia precisa ser julgada
criteriosamente segundo o caráter de Deus e os princípios da Sua Palavra.
3. São profetas estúpidos.
“Porque os pastores se
tornaram estúpidos e não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos
os seus rebanhos se acham dispersos” (Jr 10.21).
Pastores aqui é a figura de
vários governadores, tanto espiritual como civis (Jr 2.8; 3.15; 23.1).
Geralmente considerados como “sábios”, mas aqui é notório por causa da sua
estupidez. São pastores maus, estúpidos, mal tratam os fiéis, não têm prosperidade
de Deus, são fingidos, e por isso dispersam o rebanho. Mas naquele dia o Senhor
porá à prova os falsos profetas; O Senhor Deus é contra esses profetas. Muitos,
naquele dia, hão de dizer-me: Senhor! Porventura não temos nós profetizado em
teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi, explicitamente: nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, os que praticais iniqüidade” (Mt 7.22-23).
4. Profetas mentirosos.
Jeremias 23.16, 21, 25,
31-32 diz: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvido às palavras dos
profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as
visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor. 21 Não mandei estes
profetas, todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo,
profetizam. 25 tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamam mentiras em
meu nome, dizendo: sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos
profetas que proclamam mentiras, que proclamam o engano do próprio coração? 31
Eis que eu sou contra esses profetas, diz o Senhor, que pregam a sua própria
palavra e afirmam: Ele disse. 32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos
mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e com suas mentiras e leviandades fazem
errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito
nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor”.
Enchem-vos de falsas
esperanças (v.16); ensinam falsas revelações (v 16); não têm mensagens (v. 21);
proclamam mentiras e enganam o povo (v. 25); fazem errar o povo com suas
mentiras (v. 31). O Senhor Deus é categórico em afirmar que é contra estes
impostores e que um dia irá julgá-los com justiça.
O profeta do V. T. tinha
como função, ensinar a Lei ao povo e adverti-los contra os falsos profetas que
ensinavam heresias e faziam o povo cair em iniqüidades.
“Tu, ó filho do homem,
põe-te contra as filhas do teu povo que profetizam de seu coração, profetiza
contra elas” (Ez 13.17).
Profetas porta voz e
sacerdotes tornaram-se opressores, enganadores, falsos e mentirosos para o povo
de Israel: “coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas
profetizam falsamente e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que
deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?”
(Jr 5.30-31). E também: “Os opressores do meu povo são crianças (às vezes
adultos também) e mulheres estão à testa do seu governo” (Is 3.12).
VI. PREGAM UMA FALSA MENSAGEM
1. O falso profeta Hananias.
No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço
uma canga de madeira com tiras de couro (Jr 27.1-2; 28.10, 12-13) e foi enviado
por Deus a Judá e a Jerusalém (Jr 27.3), exortando o povo á submissão ao rei de
Babilônia (Jr 27.-6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as
nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar
livrar-se de Nabucodosor (Jr 27.13-13).
No mesmo ano em que o Senhor
transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta – “Hananias”,
filho de Azur, o profeta de Gibeão” (Jr 28.1), para confrontar a mensagem do
arauto de Deus. O falso profeta Hananias desafiou o profeta de Deus no templo
de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de
que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2ª Pe 2.1-2; At
20.30; 1ª Tm 4.1; 1ª Jô 4.1).
O farsante Hananias
procurava contradizer a mensagem de Jeremias acerca do destino de Joaquim filho
de Jeoaquim (Jr 37.1) e do fim do cativeiro. O profeta de Deus afirmava ser
impossível Jeoaquim retornar de Bbilônia (Jr 22.24-27), o que realmente
aconteceu, pois o rei veio a morrer em Babilônia durante o reinando de
Evil-Merodaque (Jr 52.31-34; 2º Rs 25.-27-30).
Contudo, o falso profeta
Hananias trouxe uma mensagem que todos queriam ouvir: a volta de Joaquim e o
fim do jugo caldeu em dois anos (Jr 28.2-40).
Era, portanto, a palavra
dele contra a de Jeremias, e isso colocava o homem de Deus em desvantagem, pois
o povo esperava uma mensagem de triunfo.
Apesar de um discurso bonito
e de uma mensagem agradável , faltava ainda o teste do tempo. Como ensina
Deuteronômio 18.22. A Bíblia ensina que o profeta só será reconhecido como tal
após suas predições se cumprirem (28.29).
2. Os dias hodiernos não são diferentes.
O falso profeta é aquele que
agrada todo mundo. Seu dever é dar testemunho de Deus, mas ele não vê Deus e
prefere não ver porque vê muitas outras coisas. Segue seus pensamentos humanos,
conserva-se interiormente calmo e seguro, evita habilmente tudo quanto o
incomoda. Não espera senão poucas coisas ou mesmo nada da parte de Deus. Pode
calar-se, mesmo quando vê homens atravancando seus caminhos de pensamentos, de
opiniões, de cálculos e de sonhos falsos, porque eles querem viver sem Deus.
Retira-se sempre quando devia avançar. Compraz-se sempre quando é chamado de
arauto do evangelho, condutor espiritual e servidor de Deus, mas só serve aos
homens. Sonha, às vezes, que fala em nome de Deus, mas não fala a não ser em
nome da sua dominação.
Ele sabe que o caminho e a
conduta que segue não são verdadeiros, mas não quer incomodar nem a si mesmo,
nem aos outros; por isso é que diz: ‘continuemos prudentemente e sempre alegres
em nossos caminhos atuais; não podemos mudar os marcos antigos’.
Ele sabe que Deus quer tirar
os homens do engano, da impiedade, e que a luta espiritual deve ser travada.
Ele sabe que Deus quer mudar os odres velhos mas, no entanto, ele prega a paz e
a bonança. Ele sabe que Deus esta insatisfeito com o sistema, mas ele deixa
reinar o espírito do medo, do engano, de Mamom, da violência – a muralha
construída pelo povo (Ez 13.10), o muro oscilante manchado. Ele o disfarça
pintando de cores suaves e consoladoras da “religião” para o contentamento de
todo o mundo. Eis aí o falso profeta.
Deixe que eu lhe diga mais
uma coisa bem clara: sempre que você vir pessoas possuídas por uma
espiritualidade exibicionista, tome cuidado. Jesus, nossa suprema referência de
espiritualidade, curava, libertava e realizava prodígios com extrema discrição
(Mt 12.19; Mc 3.12). E quando o povo ficava sabendo de seus poderes espirituais
isso acontecia em função de fatos, ou seja, de pessoas que tinham sido
realmente beneficiadas por ele (Mc 7.36). Os fatos falavam sempre mais alto na
vida de Jesus. Não o vemos reunindo grupos de pessoas na casa de Pedro para
falar das curas que realizava em outra cidade.
Não. Ele nem falava do que
já havia feito. Ele simplesmente fazia (Jo 10.25). Quem fala que faz geralmente
não faz. Quem faz, faz. Não fala que fez.
VII. O FALSO PROFETA DESMASCARADO
1. A arrogância de Hananias.
Duas características de um falso profeta são a audácia e arrogância. E o falso
profeta Hananias apresentava essas más qualidades. A Palavra de Deus diz que,
enquanto o profeta Jeremias representava a situação futura de Israel usando um
jugo no pescoço, Hananias tomou o jugo e, diante do povo quebrou-o reafirmando
seu discurso positivista:
“Assim quebrarei o jugo de
Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos” (Jr
28.11).
Era uma situação difícil
para Jeremias, que limitou-se a “tomar o seu caminho”. Para nós, que estamos
cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender.
Todavia, imagine o povo naquela época assistindo esse embate, com o agravante
do falso profeta usara chancela (ainda que falsa) de uma suposta autoridade
espiritual:“Assim fala o SENHOR dos Exércitos ̶ ou “assim diz o SENHOR”
(vv.2,4,11). Como discernir o verdadeiro do falso?
2. O jugo de madeira é substituído por um de ferro (vv. 13-14).
A ousadia de Hananias
acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declararão
falso profeta: “Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de
ferro” (v.13). Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo
seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo (v.14).
3. O julgamento do falso
profeta Hananias e a confirmação de Jeremias como profeta de Deus (vv.15-17).
Como tudo tem o seu tempo, chegou a hora de o falso profeta Hananias ser
desmascarado. Disse-lhe Jeremias: “[...] não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste
que este povo confiasse em mentiras” (v. 15). A mensagem do falso profeta,
apesar de agradável, era falsa; não provinha do Senhor. Noutras palavras, era
uma mentira ruinosa que contribuiu para a queda da nação e o exílio do povo.
Hananias pagaria com a
própria vida por sua rebelião contra o Senhor; disse-lhe Deus: “Eis que te
lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em
rebeldia contra o SENHOR” (v.16). Essa era a pena que a lei determinava para os
falsos profetas (Dt 18.20).
O início do confronto entre
o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no “quinto mês” (v. 1). Hananias
morreu “no mesmo ano, no sétimo mês” (v. 17). Isso mostra que a profecia de
Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto;
Jeremias, confirmado como profeta de Deus. Por que o povo não se arrependeu de
seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? A
resposta é simples: os rebeldes optam por acreditar apenas naquilo que lhes
agrada. Essa é a tendência do ser humano.
VIII. JOÃO BATISTA O ÚLTIMO PROFETA
João Batista é o personagem
que demarca a transição da Antiga Aliança para a Nova Aliança e serve de ponte
entre o Antigo e o Novo Testamento. Além disso, foi o precursor do Messias e
tinha como uma de suas principais atividades o batismo em água. De certa forma,
acabou introduzindo o rito, que veio a tornar-se a primeira ordenança da
Igreja. Nesta oportunidade, trataremos da origem, ministério e mensagem de João
Batista, o último profeta veterotestamentário.
1. A personalidade de João Batista.
A. O testemunho de Jesus
(v.7a). Pouco tempo após batizar o Senhor Jesus, João Batista foi preso. Ao
ouvir acerca das realizações de Cristo, ele mandou que dois de seus discípulos
fossem até ao Senhor e o inquirisse acerca do cumprimento de sua missão
messiânica (Mt 11.3). Jesus mandou então que contassem a Batista, na prisão,
“as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são
limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é
anunciado o evangelho” (Mt 11.4,5). Isto é, não havia apenas sinais no
ministério do Senhor Jesus Cristo, mas também e, principalmente, a mensagem do
evangelho.
B. Sua espiritualidade e
devoção (v.7b). Após essa resposta, o Senhor Jesus passa a falar sobre a
grandiosidade do ministério de João Batista. O Filho de Deus revela que o povo
não saiu ao deserto para ouvir qualquer pessoa, mas um homem destemido e cheio
do Espírito Santo; um homem que falava a verdade divina, exortando os pecadores
ao arrependimento; um homem que não temia as ameaças dos poderosos. Era
inconcebível pensar que João Batista havia fraquejado por estar preso, pois ele
não era “uma cana agitada pelo vento”, mas um vigoroso cedro capaz de resistir
a fortes tempestades. Ele estava na masmorra de Herodes (Mt 14.10-12), porém, demonstrava
um forte compromisso e preocupação com a obra de Deus.
2. João Batista como precursor do Messias; e a comparação com o profeta
Elias.
A. “Muito mais que profeta”
(v.9). O testemunho público de Jesus confirma o que o Espírito Santo havia falado
por boca de Zacarias: João seria “profeta do Altíssimo” (Lc 1.76). Cristo foi
além; afirmou que João era “muito mais do que profeta”. Ele declarou ser o
Batista um mensageiro enviado por Deus como o precursor do Messias (v. 10),
cumprindo assim a profecia de Malaquias (Ml 3.1). Jesus acrescentou que dentre
os mortais, não houve ninguém maior do que João (v.11). E isso, por algumas
razões: a) Porque os profetas falaram a respeito de João (Is 40.3; Ml 3.1); b)
porque João teve o privilégio de ver o cumprimento principal dos oráculos
proféticos do Antigo Testamento: O Senhor Jesus; c) por ter sido o precursor do
Messias; d) porque batizou o Senhor Jesus nas águas; e) porque pode participar
da salvação que os profetas apenas predisseram; e finalmente f) porque chegou
ao clímax do ministério profético, tal como havia no Antigo Testamento (Lc
16.16).
B. O término da dispensação da Lei (v.13).
A Lei e os Profetas
vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino
de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele” (Lc 16.16).
Pelas razões acima
apresentadas, João é o mais excelente de todos os profetas; com ele se encerra
a Antiga Aliança. João Batista é o único personagem do Novo Testamento com quem
Deus se comunicava da mesma maneira que Ele falava aos profetas do Antigo
Testamento: “[...] veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3.2 —
ARA; cf. Jr 1.2).
C. “O Elias que havia de
vir” (v.14). Ao comparar o ministério de João Batista ao de Elias, Jesus
confirma o oráculo de Malaquias (4.5,6). Em outras palavras, João veio na
virtude e no espírito de Elias (Lc 1.17), ou seja: exercendo um ministério
igual ao de Elias. E o Senhor Jesus o reafirma em outra ocasião (Mt 17.12,13).
Isso, porém, não deve levar ninguém a pensar que João era Elias reencarnado por
duas razões básicas: Elias foi arrebatado vivo para o céu, portanto, não morreu
(2 Rs 2.11). Além disso, reencarnação é algo que não existe e nem é permitido
por Deus (2 Sm 12.23; Sl 78.39; Hb 9.27).
Elias e João Batista tinham
as mesmas características: ambos vestiam-se de pelos e usavam cinto de couro (2
Rs 1.8; Mt 3.4), ministravam no deserto (1 Rs 19.9,10,15; Lc 1.80), e eram
incisivos ao pregarem contra reis ímpios (1 Rs 21.20-27; Mt 14.1-4).
O papel de João Batista como
um precursor do Messias o colocou numa posição de grande privilégio, descrito
como “muito mais do que profeta” (11.9), como não havendo ninguém maior do que
ele. Nenhum homem jamais cumpriu este objetivo dado por Deus melhor do que
João. Ainda assim, no Reino de Deus que está chegando, o menor terá uma herança
espiritual maior do que João, porque ele viu e conheceu a Cristo e a sua obra
concluída na Cruz. João morreria antes que Jesus morresse e ressuscitasse para
inaugurar o seu Reino. Como seguidores de Jesus testemunharão a realidade do
Reino, eles terão privilégios e um lugar maior do que João Batista. Todos os
profetas das Escrituras tinham profetizado a respeito da vinda do Reino de
Deus. João cumpriu a profecia, pois ele mesmo era o Elias que havia de vir (Ml
4.5). João não era Elias ressuscitado, mas ele assumiu o papel profético de
Elias — o de confrontar corajosamente o pecado e mostrar Deus às pessoas (Ml
3.1). [Comentário do Novo Testamento, Aplicação Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD, 2009,
p.76-7].
Quando Jesus veio a este
mundo e foi batizado por João Batista, o evangelho do reino do céu começou.
IX. COMO JULGAR UM PROFETA
“Meus queridos amigos, não
acreditem em todos os que dizem que têm o Espírito de Deus. Ponham à prova
essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois
muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês
poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo
veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a
respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do
Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já
está no mundo. Meus filhinhos, vocês são de Deus e têm derrotado os falsos
profetas. Porque o Espírito que está em vocês é mais forte do que o espírito
que está naqueles que pertencem ao mundo. Eles falam das coisas do mundo, e o
mundo os ouve porque eles pertencem ao mundo. Mas nós somos de Deus. Quem
conhece a Deus nos ouve, mas quem não pertence a Deus não nos ouve. É desse
modo, então, que podemos saber a diferença que existe entre o Espírito da
verdade e o espírito do erro” (1ª Jo 4.1-6).
Como poderemos saber se o
profeta é de Deus ou não? Os profetas devem ser provados (Jo 4.1). Pela Palavra
de Deus podemos julgar. Aliás, a própria Palavra é quem julga. “Quem me rejeita
e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho
proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48).
No Novo Testamento, Cristo
deixou os ministérios para a edificação da Igreja (Ef 4.11). Os profetas de
hoje têm a responsabilidade e função de: cuidar, advertir e ensinar a igreja
pela Palavra. Uma igreja cristã bem ensinada está alicerçada na Rocha, mas, se
está a mercê, com certeza sofrerá ataques do adversário.
Os que hoje detêm o dom
profético não mais possuem a autoridade e as prerrogativas dos mensageiros
divinos dos tempos bíblicos. Nesta dispensação, o dom profético tem como função
exortar, consolar o povo de Deus; jamais modificar artigos de fé, alterar
doutrinas ou trazer novas revelações (1ª Co 14.26-40; Ap 22.18-19).
Um ministro que não ensinou
conforme a sã doutrina de Cristo e a interpretou a seu bel-prazer, sofrerá um
julgamento acentuado, pois o mestre Jesus diz que alguns serão atados de pés e
mãos e lançados no inferno.
Saul deixou de cumprir
(obedecer) a Palavra do Senhor, por isso Ele o rejeitou. Saul é rejeitado
definitivamente e, em conseqüência, sofre de perturbação e, no final de sua
vida, teve uma morte trágica.
Mudar o sentido da Palavra é
um dos piores pecados. Quem o fizer receberá duro juízo de Deus. Ser um
ministro do evangelho é bom, mas sem conhecimento leva-o para um juízo mais
severo, porque não estamos tratando com os negócios dos homens, mas de Deus.
“Meus irmãos, não vos
torneis, muitos de vós mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” (Tg
3.1).
À primeira impressão parece
que não devemos ser mestres. Mestre assim como pastores, são dons de Deus para
a edificação de Sua Igreja (Ef 4.11; 1ª Co 12.28). O mestre molda as mentes
imaturas para o bem ou para o mal.
O juízo mais acentuado é
para aqueles que não tiveram humildade e responsabilidade de ministrar um
ensino correto aos seus seguidores, ou seja, mudaram a verdade da Palavra. É
por isso que Paulo prescreve aos Romanos:
“A ira de Deus se revela do
céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela
injustiça” (Rm 1.18). E para os fariseus Jesus diz: “... sofrereis juízos muito
mais severos!” (Mt 23.14).
Segundo a lei de Moisés,
aquele que era apanhado em pecado, por duas ou três testemunhas, era morto.
“De quanto mais severo
castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de
Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o
Espírito da graça?”.
“Porque, se vivermos
deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da
verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; Pelo contrário, certa
expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.
Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver
rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será
considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o
sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?
Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu
retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair
nas mãos do Deus vivo. Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder,
nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para
a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hb 10 26-31, 38 e 39).
Podemos considerar como
apóstatas aqueles que deixam a fé, negam a fé e aqueles que mudam o sentido da
Palavra. Aqueles que desprezam as verdades bíblicas e fazem a obra de Deus de
qualquer maneira serão malditos (Jr 48.10; Gl 1.9), e condenados ao fogo
eterno.
Aqueles que pisam no
sacrifício de Jesus são chamados de profanos, pois assim como o profano Esaú,
que trocou a primogenitura por um prato de alimento, assim são chamados aqueles
que saem da graça de Cristo para outro evangelho (Gl 1.6), trocam a fé pela
conjectura denominacional.
Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.
FONTE DE PEQUISA
ANTÔNIO GILBERTO. PROFETA
MAIORES. EETAD. Reimpressão Revisada 2012.
BÍBLIA PENTECOSTAL.
Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995,
CPAD, Rio de Janeiro RJ.
BÍBLIA SHEDD. Traduzida por
João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade
Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE.
Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade
Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
CLAUDIONOR CORRÊA DE
ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
EZEQUIAS SOARES. Lições
Bíblicas - 3º trimestres de 2010. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO,
Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
PAULO SÉRGIO GONÇALVES,
Profetas! Sim ou não? Gráfica Ipê, Ltda, Santa Bárbara, RG.
RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições
Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
S.E. Mc NAIR, A Bíblia
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Strong, James: Léxico Hebraico, Aramaico E
Grego De Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. H8679.